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O interior de Carrancas é formado por várias fazendas, muitas delas em atividade, outras transformadas em hotéis-fazenda que colocam o visitante dentro da vida diária dos antigos habitantes – acordar com o canto dos pássaros e beber leite na hora da ordenha são apenas alguns itens da lista. Passar o dia em atrações naturais e a noite proseando na varanda, mais do que possível, é tarefa obrigatória para quem vem à cidade.

No passado, as terras de Carrancas foram sendo divididas e deram origem a enormes fazendas, que posteriormente, dividiram-se em menores e que conservam ainda hoje os seus nomes originais. A maior parte delas permanece sendo comandas pelas famílias tradicionais do município.

Entre as mais tradicionais estão, a Fazenda da Serra das Bicas, a Fazenda das Pitangueiras, do Retiro de Baixo, da Cachoeira, do Bananal, Fazenda do Grão Mogol e a Fazenda do Saco. Outras também tradicionais são as Fazendas do Engenho, que funciona hoje como hotel-fazenda e recebe boa parte dos turistas que vão à região, e a Fazenda Traituba, na divisa com o Município de Cruzília.

A paisagem das fazendas pode ser admirada por quem vai a Carrancas: a comida preparada no fogão à lenha, os alpendres com jardins floridos e as casas grandes que hoje recebem os turistas e que é um testemunho histórico do meio de vida colonial, um abrigo das famílias e dos viajantes que passavam e ainda passam por essas terras.

História da Fazenda Grão Mogol

A atual Fazenda Grão Mogol localizada no município de Carrancas, Minas Gerais, era chamada antigamente de Fazenda “Gramagor”. A sua origem é estimada entre os anos de 1730 a 1750, construída pela família Taveira, que segundo o renomado genealogista Sr. Ary Florenzano, esta é a família mais antiga de Carrancas e através dela derivaram-se muitas outras famílias e consequentemente outras fazendas na Freguesia.

Após o falecimento do proprietário da Fazenda Grão Mogol, Sr. Luís Alves Taveira, em 1.800, a propriedade ficou nas mãos de sua viúva, Sra. Maria Vitoria do Nascimento, cujo testamento encontra-se no IPHAN-MG. Alguns anos mais tarde, os herdeiros da Sra. Maria Vitória vendem a fazenda em comum acordo, para o Capitão Francisco de Paula Ferreira, que vivia do trabalho escravo na fazenda e que também possuía muitas outras fazendas, sendo uma delas, a Fazenda do Engenho. Após o falecimento do Sr. Francisco Ferreira em 1888 e com o fim da escravidão no Brasil, a Fazenda é herdada por seu filho, Sr. Francisco Eugenio Ferreira Leite, que casou-se duas vezes na Fazenda, tendo 18 filhos. Com a primeira esposa ele teve cinco filhos e com a segunda, Sra. Francisca Iria de Carvalho ele teve 13 filhos. Mais uma vez, após o falecimento do Sr. Francisco Eugenio e alguns anos mais tarde, de sua esposa Francisca, os herdeiros venderam a Fazenda para o Sr. João Botrel, o qual foi responsável pela desconstrução de muitas benfeitorias na Fazenda como, a senzala, a casa de moer trigo, entre muitas outras coisas. Quando o Sr. João Botrel ficou doente, a fazenda foi vendida para a familia Junqueira, que ficou em sua posse por mais de 50 anos. Foi em 1990, que o Sr. Samuel Junqueira vende a Fazenda para o Sr. Américo Brasileiro de Souza, que era carranquense e tri-neto do Capitão Francisco de Paula Ferreira.

Mais uma vez a Fazenda passa a estar na familia Ferreira, a qual o Sr. Américo se orgulhava muito. Com seu falecimento em 2009, a Fazenda hoje está com seu herdeiro, o Sr. Cícero Teixeira de Souza, que não só reside nessa Fazenda, como tem por ela a mais alta estima, cuidando diariamente de todos os detalhes e também contando aos familiares e amigos um pouco mais da história do local.