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As rochas metamórficas e os dobramentos

A região sul do estado de Minas Gerais, que compreende o limite sul do Cráton do São Francisco (um dos três grandes “pedaços” de continente que compõem o Brasil), tem sido objeto de estudos geológicos desde o final do século passado. Sua proximidade com o Quadrilátero Ferrífero, região próxima à capital Belo Horizonte que foi importante pólo durante o ciclo do ouro, chama a atenção de estudiosos e curiosos de todo o mundo..

EMBASAMENTO
O embasamento da região é considerado como composto por unidades Arqueanas com acresção crustal no Proterozóico Inferior. Este embasamento é correlacionável ao Grupo Mantiqueira e ao Grupo Barbacena (interpretado como cinturões de greenstone belts), o Supergrupo Minas e granitóides diversos. Granodioritos e granitos intrusivos, gnaissificados em graus variados são as rochas mais jovens deste embasamento. Uma característica geral do embasamento são veios pegmatíticos e aplíticos, praticamente ausentes nos metassedimentos. Os ortognaisses, com diferentes graus de deformação, são caracterizados por um bandamento metamórfico diferenciado e uma lineação de estiramento mineral de baixa obliqüidade com superposição de zonas de cisalhamento de rejeito direcional destral dúctil-rúptil.

GRUPO CARRANCAS
O Grupo Carrancas pode ser subdividido em sete unidades informais da base para o topo descritas a seguir:
Unidade A: Constituída por gnaisse laminado com intercalações métricas de anfibolito e xistos ultramáficos com lentes associadas de biotita-muscovita xisto e quartzitos;
Unidade B: Muscovita xisto com intercalações centimétricas a métricas de quartzito com muscovita e níveis de quartzito e xisto com funchsita e quartzito puro com enriquecimento em biotita e feldspato conforme se aproxima da unidade C;
Unidade C: Predomina um gnaisse laminado com intercalações de anfibolito, xistos ultramáficos, xistos com biotita e muscovita e quartzitos que vão se tornando cada vez mais freqüentes;
Unidade D: Predomina um muscovita xisto interestratificado com um quartzito com muscovita, níveis centimétricos de gnaisse laminado e biotita-muscovita xisto;
Unidade E: Constituído por quartzito puro, quartzito com muscovita, quartzito com fuchsita e quartzito laminado;
Unidade F: Formado por muscovita xisto intercalado a um quartzito com muscovita, localmente fuchsita.
Unidade G: Gnaisse laminado com intercalações de anfibolito, xistos ultramáficos, quartzitos, biotita-muscovita xisto e muscovita xisto.

GEOLOGIA ESTRUTURAL
Na região em questão foram reconhecidos três eventos termo-tectônicos Transamazônico (2100-1800 Ma), Uruaçuano (1400-1000 Ma) e Brasiliano (650-450 Ma). Regionalmente ocorrem quatro fases de deformação (D1, D2, D3, D4). As duas primeiras fases deformacionais provocaram imbricamento destas escamas de empurrão e conseqüente compartimentação tectônica regional. Compõe este quadro dobras apertadas a isoclinais assimétricas, acilíndricas, associadas à foliação penetrativa; dobras em bainha e tubulares; zonas de cisalhamento com formação de rochas miloníticas e forte lineação de estiramento. Após a compartimentação tectônica causada pela deformação principal ocorrem as fases de deformação tardias (D3 e D4). As estruturas D3, ainda típicas para ambientes compressivos, não têm um caráter homogêneo, causando zonas de cisalhamento dúcteis e a vergência das dobras são predominantemente para NW refletindo encurtamento crustal SE-NW com variação para E-W. A fase de deformação D4 causa dobras suaves a abertas associadas a zonas de cisalhamento de direção NNW, em regime dúctil-rúptil. A análise das componentes de rejeito e o giro anti-horário destas zonas de cisalhamento são sugestivos para um regime de deformação transtensiva.

METAMORFISMO
O primeiro e principal evento (M1) metamórfico atingiu seu ápice durante a segunda fase de deformação imprimindo paragêneses da fácies xisto verde inferior à fácies anfibolito, ou de pressão intermediária, evidenciado pela ocorrência de cianita, granada, estaurolita e localmente sillimanita nas rochas pelíticas. Este evento metamórfico e as deformações a ele associadas seriam produtos do evento termo-tectônico B Brasiliano. . O segundo evento metamórfico (M2), em fácies xisto verde, concentra-se em zonas de cisalhamento, gerando muscovita, clorita e cloritóide. Este também resultaria do evento termo-tectônico Brasiliano, com idade mínima de 500 Ma.

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